quarta-feira, 1 de abril de 2009

ENTALHADORES E SANTEIROS DO BARROCO



Foto: Capela-Mor da Matriz do pilar de Ouro Preto. Risco e entalhe de Francisco Xavier de Brito.

1A. FASE

FREI DOMINGOS DA CONCEIÇÃO
Escultor, entalhador e santeiro, nasceu em Matosinhos, Portugal, em c. 1643. Aprendeu o ofício de escultor ainda em Portugal. Não se sabe quando veio para o Brasil, mas em 1669 já estava trabalhando no Mosteiro de São Bento, onde tomou o hábito monástico em 1690.
Elaborou o esquema geral da talha interna, inclusive com maquete (1669-73); fez as três portas almofadadas (1669-71); grades de jacarandá do côro dos monges, estalas e a maior parte do altar-mór, este último depois substituído no século seguinte (1669-73); altares colaterais (1673-76); imagens de Santo Amaro, São Bento, Santa Escolástica e N. Sra. Do Montserrat (1677-78); imagens do Senhor Morto e do Senhor Crucificado para o Mosteiro de
São Bento, em Olinda, Pernambuco (1679-81); Tribuna no camarim do altar-mór e imagem do Menino Jesus para a sacristia do cenóbio carioca (1681-82); grades de balaústres das tribunas (1682-85); Imagem do Senhor Crucificado, no côro (1685-88); talhas da parede da capela-mor, mais grades com balaústres e portas da sacristia (1688-91); talha do arco cruzeiro e do frontispício da capela-mór (1691-97); grades laterais e grande grade em
jacarandá do cruzeiro e imagem do Senhor Morto (1698-1703); grades das capelas laterais, um arcaz em talha de tremidos da sacristia e talha da capela de São Cristóvão (1704-14); frontal para o altar-mór, segundo arcaz de talha de tremidos, talha do altar e frontal da sacristia, e do arco da capela de Nossa Senhora da Conceição (1714-17).
O artista foi primeiro grande entalhador colonial brasileiro. Sua talha, de um barroco exuberante, sobreviveu na quase totalidade, à exceção da capela-mór e da de São Cristóvão, refeitas no final do século XVIII por Inácio Ferreira Pinto. É possível que sejam igualmente de sua autoria os três altares existentes no Convento Franciscano de Santo Antônio, colocados na capela do cenóbio franciscano em 1710. Morreu no Mosteiro de São Bento em 1718.

ALEXANDRE MACHADO PEREIRA

Escultor e entalhador, ativo no Rio de Janeiro, de c. 1717 a 1734. Vivendo e trabalhando no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, ali realizou, antes de 1717, as obras de talha de um altar com seu frontal(que deve ser provavelmente o da sacristia), e do altar de Nossa Senhora da Conceição, da Igreja Abacial, pois frei Domingos da Conceição, que elaborara por
volta de 1670 um rascunho para todos os trabalhos de talha dessa igreja e que os vinha executando desde então, já estava incapacitado pela idade, de concluí-los. No dia 27 de junho de 1717, Alexandre Machado Pereira firmou contrato para a execução do revestimento de talha de toda a nave da mesma igreja, ainda de acordo com o rascunho referido, ficando essa
obra terminada anteriormente a 1734, sem que no entanto se possa afirmar que a sua conclusão tenha sido feita pelo mestre que a iniciara, a respeito do qual a última notícia que se conhece é um recibo por ele passado em 1721. Possivelmente contou com o auxílio dos escultores e entalhadores José da Conceição e Simão da Cunha para o cumprimento do contrato de 1717. Comentando-o em Construtores e Artistas do Mosteiro de São Bento do Rio
de Janeiro, disse D. Clemente Maria da Silva Nigra: “O precioso trabalho de talha do mestre Alexandre Machado Pereira se conservou intacto até o dia de hoje. Pela execução, em nada difere das esculturas do próprio frei Domingos da Conceição; denuncia a mesma técnica e representa os mesmos admiráveis altos-relevos, que depois nenhum outro artista lograria mais realizar”. Fez também o retábulo do altar de Santana, na primitiva Igreja de Nossa
Senhora da Candelária, do Rio de Janeiro, trabalho que se perdeu.

JOSÉ DA CONCEIÇÃO E SILVA

Escultor e entalhador nascido em c. 1700. Não se dispõe de certeza quanto à sua nacionalidade, acreditando D. Clemente Maria da Silva Nigra que fosse brasileiro e talvez homem de cor. Juntamente com o escultor e entalhador Simão da Cunha, executou(de acordo com contrato de 27 de julho de 1717, firmado por Alexandre Machado Pereira, de quem eram ambos auxiliares) todas as imagens da nave da igreja do Mosteiro de São Bento do Rio de
Janeiro, doze ao todo, representando quatro santos imperadores e reis, quatro papas e quatro santos arcebispos, beneditinos ou agregados à Ordem de São Bento. Depois de concluídos esses trabalhos, em 1734, contratou, mais uma vez em companhia de Simão da Cunha, a feitura de novas obras no mesmo mosteiro, a respeito das quais disse D. Clemente em Construtores e Artistas do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro: “Por 372$800 os dois
mestres-imaginários deviam fazer a talha das duas capelas (falsas) que ainda estavam em branco, o grande paravento, a talha que faltava debaixo do côro e, finalmente, dois anjos grandes para a entrada da capela-mór”. É possível que posteriormente a 1737 (data do último recibo pago pelas referidas obras), tenha ele realizado ainda outros trabalhos no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 1755.


SIMÃO DA CUNHA

Escultor e entalhador, nascido em Braga, Portugal em c. 1700. Transferindo-se para o Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro, onde executou, juntamente com o escultor e entalhador José da Conceição e Silva (falecido em 1755), diversas obras para a igreja do Mosteiro de São Bento, como sejam: todas as imagens da nave, em número de doze, representando quatro santos imperadores e reis, quatro papas e quatro santos arcebispos, beneditinos ou agregados à Ordem de São Bento (essas imagens foram concluídas em 1734); e, por
372$800, segundo indicação de D. Clemente Maria da Silva Nigra em Construtores e Artistas do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, “a talha das duas capelas (falsas) que ainda estavam em branco, o grande paravento, a talha que faltava debaixo do côro e, finalmente, dois anjos grandes para a entrada da capela-mór”, trabalhos esses concluídos em 1737. Fez
também, entre 1762 e 1765, uma imagem do Senhor Bom Jesus do Calvário para a igreja da Ordem Terceira do Carmo do Rio de Janeiro e, em 1768, uma imagem do Menino Jesus, destinada às noites de Natal, para a Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, da mesma cidade. Sabe-se que vivia ainda em 1773. D. Clemente indicoumais a seu respeito: “Parece que, após amorte de José da Conceição (...) Simão continuou a trabalhar em São Bento até o citado ano de 1773. Seriam então desse artista as imagens de Nossa Senhora do Rosário, que o abade frei Manuel do Espírito Santo, entre 1754 e 1757, mandou fazer: uma para a igreja de Camorim e outra para a Fazenda da Ilha do Governador, imagem esta que hoje se encontra na igreja da Ponta do Galeão”.

FREI AGOSTINHO DE JESUS

Escultor e pintor. Nasceu em Portugal em c. 1600. Monge beneditino, provavelmente aprendeu escultura com Frei Agostinho da Piedade, no Mosteiro de São Bento de Salvador. Trabalhou na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Sua produção, de características barrocas, consiste em 21 peças, entre as quais, um São Bento, no nicho do portal de entrada do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro. É-lhe atribuída, por comparação, a imagem da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição, Aparecida, na Basílica Nacional, que foi
encontrada em 1717 no porto de Itaguaçu, São Paulo.

ENTALHADORES E SANTEIROS DO BARROCO

2A. FASE

FRANCISCO XAVIER DE BRITO

Francisco Xavier de Brito era português, devendo ter nascido aí por volta de 1715. Era renomado entalhador, bastante avançado para sua época, tendo introduzido no Brasil uma talha barroca, bastante inspirada no estilo Luís XV, francês, bastante leve e depurada, tendo aberto caminho para a penetração do estilo rococó entre nós. Deixou-nos obras importantes no Rio de Janeiro e em Minas Gerais e, influenciou muitos artistas nacionais, dentre eles, o Aleijadinho. Infelizmente pouco sabemos deste artista além do nome e de algumas obras.
Em 1726, a Ordem Terceira da Penitência do Rio de Janeiro assinou contrato com Manuel de Brito para esculpir o altar-mór da capela da Ordem Terceira, bem como o arco-cruzeiro. Nove anos depois, a Ordem assina novo contrato, desta vez com Francisco Xavier de Brito, para o revestimento de talha do arco-cruzeiro e, logo depois, para a execução da cornija. No documento, o artista é citado como “escultor”. Até hoje não sabemos se havia
alguma relação de parentesco de Francisco com Manuel de Brito, seu antecessor na obra. Em 1736, Francisco é contratado para fazer os retábulos de seis altares laterais, trabalho muito adiantado em 1738. Em fins deste ano o trabalho estava completo.
Alguns estudiosos atribuem a Francisco Xavier de Brito a talha do altar-mór da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Iguaçu, hoje Duque de Caxias. Se o retábulo de Pilar de Iguaçu for obra sua, executou-a em tempo bem curto, ou dividiu o trabalho com outros, o que não era
raro. Seja como for, isso apenas mostra a afinidade que o artista possuía com essa santa, haja vista que seus principais trabalhos em Minas estariam relacionados com a nova Matriz do Pilar de Ouro Preto.
Em 1741, Francisco Xavier de Brito entrou como Irmão da Irmandade das Almas da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto. No ano seguinte, esculpiu uma imagem de São Miguel para a mesma Irmandade. Em 1744/45, fez o risco e executou a talha da Igreja
Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Catas Altas.
À partir de 1746, arrematou a obra de talha do zimbório e capela-mór da Matriz do Pilar de Vila Rica, tendo, no ano seguinte, alterado o projeto original, de Simão de Barros Barriga,
tornando-omais elegante. De quebra, em 1747/48 trabalhou na talha da Igreja de Santa Efigênia do Alto da Cruz. Entretanto, uma doença abateu-o e o levou àmorte. Em dezembro de 1751 ainda estava trabalhando na talha do Pilar quando perdeu as forças.
Morreu a 24 de dezembro de 1751, sendo enterrado na Matriz do Pilar. Sua talha, entretanto, serviria demodelo aos primeiros trabalhos de Antônio Francisco Lisboa, o qual, segundo se afirma, foi seu discípulo.

INÁCIO FERREIRA PINTO

Nasceu em c. 1765, tendo sido entalhador e arquiteto. Em 1785/90 executou o altar-mór, seis altares laterais e a talha da capela de N. Sr. Dos Passos da Igreja do Convento do Carmo do Rio de Janeiro, trabalho em parte já alterado. Entre 1787 e 1793 encarregou-se da decoração de talha, sendo o risco de sua autoria, da capela-mór do Mosteiro de São Bento, tendo feito para a mesma igreja a talha da capela do Santíssimo Sacramento, executada entre
1795 e 1800. Projetou a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana (1781, demolida); Fez a porta principal da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte, na rua do Rosário (1789); tendo realizado em 1797 duas cabeças para o suporte das lâmpadas da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, na rua Primeiro de Março. São-lhe atribuídas muitas obras, dentre elas a talha do altar-mór e arco-cruzeiro da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, na rua
da Alfândega (1789-90); talha do altar-mór e dos dois laterais da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (1789); o risco da Igreja Matriz de Paty do Alferes, a decoração interna em talha da Matriz de Nossa Senhora do Amparo, em Maricá (séc. XIX); os três altares da capela do Convento de Santa Teresa; dentre outras.
Documentalmente, sabe-se que trabalhou de 1808 a 1819 como arquiteto nas grandes obras do Arsenal de Marinha, tendo feito o projeto geral, que foi seguido. Morreu no Rio de Janeiro, em 1828. Ele e Mestre Valentim foram os grandes mestres da talha no Rio de Janeiro, sendo sua obra de transição, entre o barroco e o rococó.


ENTALHADORES E SANTEIROS DO ROCOCÓ

MESTRE VALENTIM DA FONSECA E SILVA

Nasceu em Serro Frio, Minas Gerais em c. 1745. Era mulato, filho de um fidalgo português, contratador de diamantes, e de uma negra escrava. Foi escultor, entalhador e arquiteto, conhecido vulgarmente como Mestre Valentim, ativo no Rio de Janeiro. Estudou em Portugal, onde teve contato com o estilo rococó. De volta ao Rio de Janeiro, executou em 1774 o altar-mór da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte, na rua do Rosário.
No mesmo ano, trabalhou com Luís da Fonseca Rosa, talvez seu parente, na talha da capelamór da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, na rua Direita, tarefa que durou até 1778. Já independente, fez o altar-mór da Capela do Noviciado da mesma igreja (1774), executando vinte anos depois o altar de Nossa Senhora das Dores, sua primeira experiência com o estilo rococó. Em 1779, iniciou as obras do Passeio Público, inaugurado em 1783, bem como o
Chafariz dos Jacarés e a Fonte do Menino; dois anos depois, terminou o Chafariz das Marrecas, na rua dos Barbonos (Evaristo da Veiga); fez o Chafariz do Largo do Paço (1779- 89); reconstruiu o Recolhimento do Parto (1789), hoje destruído; fez o Chafariz das Saracuras (1791); as Pirâmides do Passeio Público (1791); e o Chafariz do Lagarto, na rua Frei Caneca; fez dois lampadários em prata para a capela do Mosteiro de São Bento (1793); e outro para a Igreja de Santa Rita; executou a talha da capela-mór da Igreja da Santa Cruz dos Militares (1801-12); idem, da capela-mór e de Nossa Senhora das Vitórias da Igreja de São Francisco de Paula (1801-1813); idem da Igreja de São Pedro dos Clérigos (destruída), Igrejas do Carmo da Lapa e da Candelária (também removida), e outras. Foi o primeiro artista a fundir ligas metálicas e bronze para fins artísticos no Brasil. Produziu igualmente peças em porcelana, as primeiras no Brasil, bem como decorações para festas, jóias, etc. Não era
santeiro, entretanto, fez duas imagens em tamanho quase natural de São João e São Mateus, para a Igreja da Santa Cruz dos Militares. Teve muitos discípulos. Faleceu solteiro na Rua do Sabão, a 01o. de março de 1813, sendo sepultado na Igreja do Rosário.


SIMEÃO JOSÉ DE NAZARÉ

Escultor e entalhador. Nasceu no Rio de Janeiro em c. 1775, sendo batizado na Igreja da Candelária. Era filho de uma escrava com um boticário português, que no fim da vida tomou ordens sacras. Em c. 1795, seguiu carreira de miliciano, assim permanecendo até 1801.
Enviado para a oficina de Mestre Valentim, foi ironizado por este, retirando-se. Matriculou-se numa aula de música. A pedido de Valentim, retornou ao atelier do mestre, formando-se escultor. Praticava um estilo de talha tendente para o neoclássico, simples, limpa de ornatos e
bem acabada. Ornou de talha a Igreja Paroquial da Vila de São João Marcos (destruída em 1941) e, no Rio de Janeiro, da Igreja de São José (1824-42).
Faleceu no Rio de Janeiro em setembro de 1858, sendo enterrado no cemitério de São Francisco Xavier.

ANTÔNIO DE PÁDUA E CASTRO

Escultor, entalhador e professor. Nasceu a 07 de março de 1804 na Vila de Magé. Órfão muito jovem, foi enviado por uma tia a um seminário de padres, onde se pretendia que saísse frade do Convento de Santo Antônio. Rebelou-se, abandonando os estudos. Inscreveu-se como aprendiz no ateliê do entalhador Brás de Almeida, tendo depois aprendido mais de arte torêutica com os artistas Francisco de Paula Borges e Francisco Xavier Soares, ambos
discípulos de Mestre Valentim.
Seu primeiro trabalho foi um nicho para o altar lateral de Nossa Senhora das Dores, na Igreja da Candelária, trabalho hoje perdido. Em 1828, reformou a carruagem do Imperador D.Pedro I para a cerimônia do seu 2o. casamento. Logo depois, fez a talha da capela-mór da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda, na Ilha do Governador, obra que foi depois destruída num incêndio em 1871, tendo Pádua e Castro novamente redecorado todo o seu interior em 1872. Fez a talha da capela-mór da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, em Irajá; e fez os dois altares laterais da Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, na rua da Alfândega; em 1853, recobriu de talha a nave-mór da Igreja da Santa Cruz dos Militares, na rua Direita, tendo feito os altares laterais, aberto as tribunas e colocado as atuais portas. Em 1855, foi encarregado de recobrir em oito meses a nave-mór da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, na rua Direita. Ainda nesse mesmo ano apresentou um projeto de talha para a nave-mór da Igreja de São Francisco de Paula, projeto que foi preterido pelo de Mário Bragaldi, mas arrematou a execução do mesmo, executando-a no ano seguinte. Por respeito, alterou o projeto, que era em estilo neoclássico, para harmonizá-lo com a talha da capela-mór rococó feita por Mestre Valentim. No Hospital da Misericórdia, fez a talha da Capela do Santíssimo Sacramento. Entre 1855 e 1857, revestiu de talha a Igreja do
Santíssimo Sacramento, na atual Av. Passos, aí se incluindo altares laterais, quatro tribunas, côro e decoração do corpo do referido templo. Revestiu de talha a Capela do Noviciado da Igreja da Ordem Terceira da Penitência, no morro de Santo Antônio; e refez, de 1869 a 1879, toda a talha interna da Igreja da Lapa dos Mercadores, na rua do Ouvidor, tendo também dirigido os trabalhos de remodelação da arquitetura externa.
Em 1863, substituindo Honorato Manuel de Lima, foi nomeado professor da cadeira de Escultura de Ornatos da Academia Imperial de Belas Artes, atividade que exerceu até a morte. Em 1877, reconstruiu a fachada da Igreja de São Francisco Xavier, no Engenho Novo, e a revestiu internamente de talha, trabalho que depois se perdeu. Foi sua última obra. Morreu no Rio de Janeiro, a 10 de novembro de 1881, sendo enterrado no Cemitério da Ordem de São Francisco de Paula no dia seguinte. Antônio de Pádua e Castro possuía um estilo muito peculiar, mesclando ornatos do rococó com elementos neoclássicos. O resultado final, um rococó acadêmico, o qual, entretanto, em geral estava em harmonia com a talha setecentista.
Seu estilo foi recentemente batizado pelos críticos de arte como “barrochetto”, um rococó tardio, o que mostra a sobrevivência dessas formas na arte brasileira, aceitas, inclusive, pela exigente Academia.

Milton de Mendonça Teixeira.